quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Nunca me deixes

Ora bem, agora o pessoal vai com certeza pensar que o PussyCat tem uma panca por autores japoneses. Não é o caso, mas quase. Na verdade, Kazuo Ishiguro nasceu no Japão (ninguém diria pelo nome), mas é naturalizado britânico. O nome pode não ser familiar, mas de certeza que já toda a gente ouviu falar de um filme, ‘Os despojos do dia’, que foi baseado exactamente num livro deste autor.
Mas é de outro livro, mais recente, que o PussyCat vem aqui falar. Trata-se de ‘Nunca me deixes’. Parece o título de um livro da quiduxa Margarida Rebelo Pinto, mas na verdade não tem nada a ver, porque é um livro que se consegue ler sem correr o risco de lesões cerebrais permanentes.
Nunca me deixes’ conta a história de um grupo de jovens num colégio com características muito particulares e cujos propósitos vão sendo revelados ao longo do livro. Todo a ambiência é muito misteriosa, e apenas a meio do livro nos apercebemos de quem são aqueles jovens, e para que servem. E a partir daí o livro facilmente se torna num conto sobre o sentido da vida. É um livro deprimente, é verdade. É triste, nostálgico, e quase que nos apetece deixar de o ler, quando nos apercebemos que o fim que suspeitávamos ter é o que efectivamente vamos ter. É ao mesmo tempo uma história de amor, embora isso seja sempre secundário. O que realmente está em jogo é um sentimento de perda, um sentido de fim iminente e de vidas pouco concretizadas.
E no final, fica-se com um amargozinho de boca, que poucos livros conseguem deixar.

Nunca me deixes
Autor: Kazuo Ishiguro
Editora: Gradiva
Ano de edição: 2005
Preço (aproximado): 17 euros





2 comentários:

Nina Kat disse...

Ena, com preço e tudo! Gracias!

Black Cat disse...

A gente não te deixa, Pussy. Salvo seja. Ou não...